Administração. Hugo Alves e Lúcio Flávio destacam esforços para manter as contas equilibradas...
Gestores acreditam que a crise que afeta os municípios é reflexo da falta de respeito com o público... Eles defendem, inclusive,
uma atuação eficaz no combate
à corrupção e contra
desvios de recursos públicos
em suas administrações.
O prefeito de São José
de Piranhas, Chico Mendes
(PSB), relatou que seu
município é afetado, assim
como todos os outros, pela
crise que assola o país, que
é resultado da crise política,
gerada pelos escândalos de
corrupção, como os revelados
pela Operação Lava Jato
e o Mensalão.
Segundo ele, são três anos
de crise, sem a perspectiva
de amenizar a situação financeira
da maioria das
prefeituras, que sobrevive
exclusivamente dos recursos
do Fundo de Participação
dos Municípios (PFM).
“Meu município é afetado
de igual forma pela crise.
Agora, cada pessoa tem
consciência do seu tamanho,
do que você tem para
gastar, e você só pode gastar
o que arrecada. Isso vale
para família da gente e também
vale para gestão pública”,
comentou .
De acordo com Chico Mendes,
o caminho para enfrentar a crise, é não gastar mais
do que arrecada. “Se você
tem um orçamento de R$ 3
milhões por mês, você só pode
gastar até R$ 2,9 milhões.
Nunca mais. Além disso, ter
capacidade de otimizar processos,
cortar nomeações,
não atender a classe política, como geralmente se
atende”, revelou.
O prefeito disse ainda, que
outra coisa que deve ser cortada
pela raiz, como medida
emergencial para contenção de gastos e para enfrentar a
crise, é a redução de cargos
comissionados e extinção
dos chamados contratos de prestações de serviços.
“Essas medidas acabam gerando
insatisfação junto à
classe política, mas o gestor
economiza”, comentou.
Segundo ele, se os gestores
agirem assim, as pesssoas
de seus municípios
saberão que ele age desta
forma e, evidentemente, terão
receio e medo também
de não comungar ou participar
de atos de corrupção
e seguirá zelando pela coisa
pública.
População precisa conhecer...
Para o prefeito de Caiçara,
Hugo Alves, que mesmo
diante da crise permanece
com os pagamentos em dia,
é preciso mostrar para a população
as dificuldades que
são enfrentadas.
“Nós conseguimos pagar a
folha, INSS, 13°, mas a gente
tem pendência de fornecedores.
Há um desequilíbrio
que não é diferente em 70%
dos municípios. Nós estamos
reunidos porque mais
de 70% dos municípios da
Paraíba terminaram o ano
de 2017 com dívidas", disse
Hugo.
Segundo ele, é um número elevado e os gestores
precisam transmitir isso
para a população: os motivos
dos municípios estarem
em situação tão difícil.
Despesas são
maiores que
as receitas...
O prefeito de Itabaiana,
Lucio Flávio da Costa
(PSB), disse que a situação
de seu município não difere
muito da dos que participaram
da reunião, porque está
com as despesas maiores
do que as receitas. Segundo
ele, tudo isso é resultado da
crise.
“É uma situação muito
difícil. Estamos procurando
ajuda junto ao Governo
Federal e procurado, junto
com a nossa categoria, buscar
medidas para melhorar
nossa receita própria para
que possamos enfrentar essa
crise, que uma das maiores
já passadas por todos os
municípios”, declarou.
Nas mobilizações do movimento
municipalista no
Estado, comandada pela
Federação das Associações
de Municípios da Paraíba (Famup), dentre as reivindicações
para este ano
estão a aprovação de uma
Medida Provisória (MP)
que garantirá uma ajuda
financeira de R$ 2 bilhões
aos municípios, que deve
ser liberada em março.
Jornal Correio da Paraíba, domingo, 18 de fevereiro 2018.
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Jornal Correio da Paraíba, domingo, 18 de fevereiro 2018.